"A identidade alicerça-se em capacidades e em valores, no que somos capazes de compreender do mundo e no significado que damos às nossas vidas". (Sônia R.R.Rodrigues)

segunda-feira, 9 de março de 2015

A vida e a carreira de Inezita Barroso

Inezita Barroso na década de 50.
Foto: CEDOC TV Cultura.

Publicado originalmente no site tvcultura, em 03/03/15.

A vida e a carreira de Inezita Barroso.
Redação cmais+ | edição Rita Albuquerque.

Nascida no bairro da Barra Funda, em São Paulo, Inezita Barroso, ou Inez Magdalena Aranha de Lima, começou a cantar e estudar violão aos sete anos de idade. Aos 11, iniciou seu aprendizado de piano. Desde a infância, tomou gosto pelo universo rural. Seu pai, que tinha um importante cargo na Estrada de Ferro Sorocabana, incutiu na menina o gosto pelas viagens e proporcionou o contato com Raul Torres, com quem Inezita aprendeu várias melodias no violão.

A carreira profissional começou no início da década de 50, durante um recital no Teatro Santa Isabel, na capital pernambucana, o qual lhe rendeu um compromisso com a Rádio Clube do Recife. A paixão pela música de raiz fez com que a paulistana, por meio de seu trabalho, espalhasse esse rico pedaço do folclore brasileiro pelos cantos do país. O tema, inclusive, fez parte de cursos e palestras ministrados por ela ao longo dos mais de 60 anos de carreira dedicados ao rádio, ao cinema, ao teatro e à televisão.

Como atriz, atuou em sete filmes, recebendo o Prêmio Saci, um dos mais cobiçados da época, por sua atuação em Mulher de Verdade. É uma das cantoras mais premiadas do Brasil, sendo detentora de mais de 200 prêmios, entre eles o Prêmio Sharp de Música na categoria Melhor Cantora Regional, o Grande Prêmio do Júri do Prêmio Movimento de Música, em homenagem aos 47 anos de carreira, e o Prêmio Roquette Pinto como Melhor Cantora de Rádio da Música Popular Brasileira. Foram 80 discos com mais de 900 músicas gravadas.

Inezita Barroso já se apresentou com violão e viola ao lado de orquestras regidas por Hervé Cordovil, Guerra-Peixe, Gabriel Migliori, Ciro Pereira, Radamés Gnattali, Rui Torneze, entre outros. Na televisão, sua carreira é longa. Começou junto com a inauguração da TV Record de São Paulo, sendo a primeira cantora contratada. Protagonizou programas ao vivo na TV Tupi, também de São Paulo, e em outras emissoras do Brasil, como TV Rio, Tupi do Rio de Janeiro, TV Itapuã da Bahia, TV Jornal do Comércio do Recife, TV Farroupilha de Porto Alegre, além de participações em canais do Pará, Amazonas, Maranhão, Minas Gerais etc.

Na TV Cultura, Inezita apresenta o Viola, Minha Viola há 35 anos. No contexto audiovisual, o programa é a principal fonte de registro da música caipira e sua evolução recente. Tornou-se um templo de resistência e de audiência. As mais de 1.500 gravações são capazes de registrar a enormidade de grupos folclóricos existentes no país: folias de reis, reisados, batuques, catiras, cururus e repentes.

Em 2013, a cantora paulistana inspirou a biografia Inezita Barroso – A História de Uma Brasileira, escrita pelo jornalista Arley Pereira. Um ano depois, falou sobre a sua vida ao também jornalista Carlos Eduardo Oliveira, autor do livro Inezita Barroso – Rainha da Música Caipira. Recentemente, aos 89 anos de idade, foi eleita pela Academia Paulista de Letras.
Já foi enredo de escolas de samba de São Paulo, como Oba-Oba de Barueri, Cominados do Sapopemba, Pérola Negra, Iracema Meu Grande Amor e Mocidade de Paulínia, além de desfilar como convidada da Gaviões da Fiel.

Texto e imagem reproduzidos do site: tvcultura.cmais.com.br/inezitabarroso

Assista ao documentário Inezita, a Voz e a Viola, produzido pelos alunos de comunicação da ECA-USP com apoio da TV Cultura,

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